Desde pequena ouço dizer que temos que perdoar 70x7, confesso que entendia pouco sobre isto, não conheço muito da Bíblia, mas depois que aprendi a fazer a conta, comecei a pensar em quem sabe guardar alguns perdões para algumas pessoas especiais ou para situações que realmente fossem sérias.
Era um método fácil, poderia escrever num caderninho 490 linhas para ir anotando cada vez que eu perdoava, sem esquecer que eu devia dividir isto por pelo menos 75 anos que é mais ou menos a expectativa de vida do brasileiro. Depois pensei que deveria ponderar o uso dos meus perdões, pontuando para aqueles pessoas que também me perdoavam ou que de repente eu poderia precisar de perdão.
Não podia deixar de considerar que antes de dar a sentença final do perdão tinha que ser feita uma análise profunda se o fato realmente me ofendia, porque daí eu não gastaria alguns perdões à toa, se falo isto é porque sei que às vezes, uma situação parece ser mais dramática do que é, e depois de 3 ou 4 dias, o acontecido não passa de uma mera chateação.
Fiquei pensando como seria a situação quando alguém me pedisse perdão e eu, tendo que explicar que eu gostava muito dela, mas que como eu tinha alguns princípios lógicos sobre a conta do perdão não dava para perdoá-la, que nossa relação (amorosa, amigável, profissional, familiar) teria que acabar.
Aí a coisa começou a ficar séria! Vi que o status que a pessoa ocupava na minha vida também deveria ser um critério. Pense bem, eu não perdoar minha mãe, pai ou irmã, seria imperdoável e como eu desejava ser perdoada, porque gostaria de viver para sempre com eles, deveria guardar perdões para eles.
Me perguntei então, se eu seria capaz de viver com alguém sem perdoá-lo, não consegui chegar a uma resposta. Mas, teve um dia que assistindo a um programa de televisão, ouvi um padre dizer que perdoar não é esquecer, que perdoar é não crucificar a pessoa pelo que ela fez, é aceitar os defeitos dela e a condição humana de que todos erram. Não sei ao certo se foi bem assim que ele falou, confesso que não sei se entendi bem ou se quis me aproveitar de suas palavras para facilitar minha missão de saber perdoar.
Assim, comecei a ver que este negócio de perdão não era muito fácil, e o pior foi que o padre disse, que às vezes, precisávamos fazer uma análise se realmente tínhamos conseguido perdoar as pessoas, se apesar de não esquecer o que gerou o desconforto isto não nos impedia de prosseguir na vida.
Com isto resolvi rever minha lista de perdões, os critérios adotados por mim, quais se encaixavam nas recomendações cristãs dadas pelo homem que prega a palavra de Deus e entende mais que eu sobre isto, pelo menos na teoria e vi que isto levaria um pouco mais de tempo do que eu imaginava.
Vi que alguns dos perdões que eu tinha anotado ainda me massacravam num sentimento antigo, vi que algumas coisas que perdoei hoje se pareciam tão patéticas que na atualidade jamais entrariam na lista de perdão, vi que em alguns momentos da minha vida eu tinha usado muitos perdões, ocasiões que eu me encontrava em desarmonia comigo mesma. E foram tantas reflexões sobre isto, que não pude deixar de ver que eu não tinha aprendido nada ainda sobre a cota do perdão.
A conta do perdão
Desde pequena ouço dizer que temos que perdoar 70x7, confesso que entendia pouco sobre isto, não conheço muito da Bíblia, mas depois que aprendi a fazer a conta, comecei a pensar em quem sabe guardar alguns perdões para algumas pessoas especiais ou para situações que realmente fossem sérias.
Era um método fácil, poderia escrever num caderninho 490 linhas para ir anotando cada vez que eu perdoava, sem esquecer que eu devia dividir isto por pelo menos 75 anos que é mais ou menos a expectativa de vida do brasileiro. Depois pensei que deveria ponderar o uso dos meus perdões, pontuando para aqueles pessoas que também me perdoavam ou que de repente eu poderia precisar de perdão.
Não podia deixar de considerar que antes de dar a sentença final do perdão tinha que ser feita uma análise profunda se o fato realmente me ofendia, porque daí eu não gastaria alguns perdões atoa, se falo isto é porque sei que às vezes, uma situação parece ser mais dramática do que é, e depois de 3 ou 4 dias, o acontecido não passa de uma mera chateação.
Fiquei pensando como seria a situação quando alguém me pedisse perdão e eu, tendo que explicar que eu gostava muito dela, mas que como eu tinha alguns princípios lógicos sobre a conta do perdão não dava para perdoá-la, que nossa relação (amorosa, amigável, profissional, familiar) teria que acabar.
Aí a coisa começou a ficar séria! Vi que o status que a pessoa ocupava na minha vida também deveria ser um critério. Pense bem, eu não perdoar minha mãe, pai ou irmã, seria imperdoável e como eu desejava ser perdoada, porque gostaria de viver para sempre com eles, deveria guardar perdões para eles.
Me perguntei então, se eu seria capaz de viver com alguém sem perdoá-lo, não consegui chegar a uma resposta. Mas, teve um dia que assistindo a um programa de televisão, ouvi um padre dizer que perdoar não é esquecer, que perdoar é não crucificar a pessoa pelo que ela fez, é aceitar os defeitos dela e a condição humana de que todos erram. Não sei ao certo se foi bem assim que ele falou, confesso que não sei se entendi bem ou se quis me aproveitar de suas palavras para facilitar minha missão de saber perdoar.
Assim, comecei a ver que este negócio de perdão não era muito fácil, e o pior foi que o padre disse, que às vezes, precisávamos fazer uma análise se realmente tínhamos conseguido perdoar as pessoas, se apesar de não esquecer o que gerou o desconforto isto não nos impedia de prosseguir na vida.
Com isto resolvi rever minha lista de perdões, os critérios adotados por mim, quais se encaixavam nas recomendações cristãs dadas pelo homem que prega a palavra de Deus e entende mais que eu sobre isto, pelo menos na teoria e vi que isto levaria um pouco mais de tempo do que eu imaginava.
Vi que alguns dos perdões que eu tinha anotado ainda me massacravam num sentimento antigo, vi que algumas coisas que perdoei hoje se pareciam tão patéticas que na atualidade jamais entrariam na lista de perdão, vi que em alguns momentos da minha vida eu tinha usado muitos perdões, ocasiões que eu me encontrava em desarmonia comigo mesma. E foram tantas reflexões sobre isto, que não pude deixar de ver que eu não tinha aprendido nada ainda sobre a cota do perdão.