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Muitos usam o banheiro
como um espaço de diversão, leem, fazem cruzadinhas, jogam no celular ou algo
parecido. Também deve ter algum doido que escreva, eu particularmente dispenso
a deixa. Acho que lá é o espaço que a gente chega faz o que se tem para fazer e
sai correndo, principalmente, dependendo do que vai fazer, se for "tipo 1"
é rápido mesmo, então não dá para ficar enrolando sentado no vaso sanitário,
agora se for "tipo 2", bom, aí para alguns pode ser um tempo vasto
para por em dias os passatempos atrasados.
Eu vi em uma reportagem
que os vírus saltam metros de altura do vaso sanitário na hora da descarga, daí
você logo pensa: aquela pessoa sai do
banheiro com o celular que estava jogando enquanto fazia o "tipo 2" e
te empresta para você fazer uma ligação, a situação não parece muito divertida,
então abro mão dessas aventuras sanitárias. Para os que estão se perguntando o
que é "tipo 1" é a forma tímida de dizer fazer xixi, urinar, tirar
água do joelho e daí já dá para imaginar que o que é o "tipo 2" - é a
parte sólida expelida pelo corpo, apelidado de cocô, cagada, bosta, essas
coisas que todos tem vergonha de dizer que fazem, mas todos se entregam em um
prazer quase orgásmico quando defecam.
Em um devaneio rápido,
enquanto eu expelia a parte sólida que o corpo libera após a alimentação, me
dei conta que o vaso sanitário é um objeto praticamente de tamanho único e que
isso pode pôr algumas pessoas em uma situação vexatória.
Na era do bulling e do respeito às diferenças, a sociedade tem mudado regras e padrões para acomodar melhor as pessoas nas coisas da vida diária, sem que suas diferenças sejam destacadas a ponto de expô-las.
Na era do bulling e do respeito às diferenças, a sociedade tem mudado regras e padrões para acomodar melhor as pessoas nas coisas da vida diária, sem que suas diferenças sejam destacadas a ponto de expô-las.
Fico pensando em uma
pessoa com 1,92m de altura, deve ser bem engraçado ela sentada na privada. Esse
nome não é chique e nem elegante, ao contrário, nos remete ao defecar e daí já
fazemos aquela cara de nojo, mas estranha é a cena, deve sobrar pernas para
todos os lados do banheiro e se o banheiro for pequeno, daqueles que de tão
pequeno o chuveiro fica quase acima do sanitário, a pessoa vai ficar com as
pernas tão dobradas que parecerá um movimento grupado da ginástica artística.
Já os que estão em sobrepeso podem apresentar dificuldades com o tamanho da
área do assento e algum colega piadista poderia dizer que houve mudança no
ditado popular de "mijar fora do penico", para "cagar fora do
vaso". Agora serão os leitores mais tímidos a olharem com nojo para meu
texto que fala em "cagar". Tem também os bem baixinhos, esses teriam
enorme dificuldade para sentar no vaso sanitário, é o que acontece com as
crianças.
Você então deve estar
pensando que um vaso sobre medida traria os mesmos problemas, porque ninguém
mais usaria o vaso destinado a uma pessoa de 1,92m de altura além dele próprio,
por isso o ideal é um vaso regulável. A pessoa poderia regular a altura e o
diâmetro do assento. Pronto estaria resolvido o problema, ninguém mais seria posto
em situação com as calças na mão, porque a privada não se adéqua as suas
características físicas. Isso para os advogados seria como atender ao artigo 5º
da Constituição Federal, em que estaria tratando "os iguais nas suas
igualdades e seus desiguais na suas desigualdades na medida das
desigualdades".
A preocupação passaria
ser a tecnologia empregada na construção desses vasos reguláveis. O Japão
desenvolveria algo em que uma câmera na porta do banheiro leria as informações
da pessoa e já regularia tudo automaticamente; em compensação no Brasil seria
uma tecnologia com engenhocas a base de manivelas, o que colocaria a saúde em
risco, mais uma coisa para distribuir bactérias pelos celulares, gibis,
revistas pornôs, cruzadinhas; Já os Estados Unidos pegariam a ideia do Japão
colocariam uns dois botões dariam um nome chique, faria uma boa propaganda em
um lindo WC (water closet - que em uma tradução literal seria algo como armário
da água) e todo o resto do mundo acataria a ideia e mesmo que não conseguisse
produzir o vaso sanitário sonhado adotaria o nome toilet sanitary adjustable.
Se fosse eu a dona da indústria
de vasos ainda daria uma incrementada nos modelos. Nunca entendi porque os
vasos sanitários têm os mesmos padrões redondos ou algo meio retangular, porque
nunca fez um em forma de carro, de bike,
bola de futebol, poltrona do papai com massagem, sofazinho confortável. Eu
gosto de fotografar, mas achei que seria estranho você ter uma lente apontado
para as nádegas. Enfim, algo criativo em que cada um escolheria seu toilet sanitary adjustable e você que
modelo escolheria?
Espero que essa mudança
não demore, afinal, já estão mudando as poltronas dos cinemas, ônibus, aviões,
vagas de concursos, então espero que em pouco tempo esqueçam os preconceitos
tidos com os banheiros e pensem nos sanitários, porque nada pode ser mais
fétido do que os tratamentos desiguais impostos por nossa sociedade.
Luciane Dias
06/07/2013